quinta-feira, 29 de julho de 2010

INSTANTES

Um dia desses, eu estava num restaurante e encontrei um casal e seus dois filhos. O homem , eu conheço há algum tempo, surdo e mudo desde que nasceu, seu olhar, irradia felicidade. A mulher, não a conheço. percebo que também é surda-muda. Os filhos são seus porta-vozes: fazem o pedido, dizem ao garçon qual a cerveja preferida do pai. Tudo era perfeitamente harmônico.
Naquele dia, eu estava particulamente deprimida com algumas bobagens familiares e de repente, veio-me lágrimas aos olhos !
Pus-me a refletir: Como nós perdemos tempo nos aborrecendo com bobagens! Ser feliz é viver cada momento, ser feliz é perceber o privilégio de ter todos os sentidos intactos e poder usá-los em prol do bem!
lembro de um poema lido há muito tempo do qual não guardei nenhuma cópia mas, com a maravihosa tecnologia da nossa atualidade , resgatei da net, e agora releio:

INSTANTES
Se eu pudesse viver novamente minha vida, Na próxima,trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais, Seria mais tolo ainda do que tenho sido, Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico, correria mais riscos, viajaria mais,contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas,nadaria mais rios. Iria a lugares onde nunca fui, tomariamais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais emenos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da vida: claro que tive momentosde alegria. Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de tersomente bons momentos. Porque, se não sabem, disso é feitaavida, só de momentos; não perca o agora. Eu era um dessesque nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa deágua quente, um guarda-chuva e um pára-quedas; se voltassea viver viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço nocomeço da primavera e continuaria assim até o fim dooutono. Daria mais voltas na minha rua, contemplaria maisamanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outravida pela frente. Mas, já viram, tenho 85 anos e sei queestou morrendo.
(Poema de Nadine Stair atribuído a Jorge Luís Borges)

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