segunda-feira, 21 de setembro de 2009

UM TEXTO DA MINHA QUERIDA EX-PROFESSORA DE INGLÊS DÉBORA PAMPLONA

É por isso também que eu estou cansada do Brasil!
 
 

OS PAPARAZZI DO TRÂNSITO

 
 

Enquanto dirijo, filosofo. É incrível como os paparazzi do trânsito estão cada vez mais ousados. Eles encontram lugares criativos para se esconder. Outro dia um me fotografou por detrás de um poste numa ladeira de uma rua pouco trafegada. Tudo bem. Meu carro é uma verdadeira celebridade: modelo Brava (fora de linha), ano 2000 e que ainda se locomove em perfeito estado nessas ruas de Fortaleza cheia de buracos? Além disso, vem resistindo em continuar sendo meu, apesar dos apelos mercadológicos de redução do IPI e da pressão de muitos, como: "Você devia comprar um carro novo!" Realmente meu carrinho é uma celebridade! Deve ser por isso que já chegaram seis fotos dele que os paparazzi do trânsito conseguiram tirar! Sendo que três porque meu pé é mesmo muito pesado. Uma delas eu estava a 51 km/h na Beira Mar, onde o limite é 40 km/h. As outras, se eu morasse no Rio de Janeiro, não teria sido flagrada, pois lá o limite é de 90 km/h. Outras duas foram culpa de pessoas que me ligaram no dia da greve dos ônibus ano passado e eu atendi o celular em trânsito, só que a rua estava cheia de paparazzi! A última (quero dizer, mais recente) foi na BR 222, quando eu vinha de viagem e estava chovendo um pouquinho e eu estava com os faróis apagados. Todos os motivos são muito justificáveis, não acha? Ah, que saudade das velhas lombadas, também chamadas de "quebra-carros", digo, "quebra-molas". Elas quebravam só as molas do carro. Agora, os paparazzi quebram também nosso bolso! Mas o que me consola é que esse dinheiro (quase R$ 500,00) vai para uma boa causa: consertar os pavimentos de nossa bela cidade e alargar e criar novas ruas. Afinal, transitar de carro em Fortaleza tem se tornado meu melhor passatempo ultimamente. Ouvir música nessas horas com os fones de ouvido do meu MP-4 (para evitar ter um colapso nervoso) me relaxa muito! Ah, não, acho que outro paparazzi acabou de me flagrar!

 
 

 
 

Fortaleza, 18 de agosto de 2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A importância do ato de ler

Ler, ao meu ver, é um dos ricos processos que o ser humano desenvolve ao longo de sua vida.

Não o ler "mecânico", a decodificação de símbolos, mas a leitura em sua verdadeira forma, o "sentir" do que está sendo lido.

Ler, é antes de tudo, um ato de prática, de exercício. Como andar de bicicleta, requer muito treino, muita "queda".

Todo o processo interno da leitura verdadeira, se desenvolverá melhor ou pior, dependendo de como foi este "treino". Neste ponto, entra a importância de nossos incentivadores na infância ou em qualquer época que se pretenda desenvolver a habilidade da leitura.

" A leitura do mundo precede a leitura da palavra, "diz sabiamente Paulo Freire, ressaltamos que quanto melhor compreendermos o mundo ao nosso redor, adequarmos a leitura da palavra a este mundo, mais agradável e compreensível se torna a leitura.

Destaco ainda no ato de ler a adequação de nossa interpretação de mundo àquilo que estamos lendo; todos os processos piagetianos ocorrem em nossa mente quando lemos: assimilação, acomodação e adaptação. Ninguém sente de maneira igual uma leitura, porque a submetemos a um processo interno próprio; a transformamos e ela nos transforma.