quinta-feira, 29 de julho de 2010

Bullying e o mal que causa (Versão lenta para escolas)

01 - Freud: além da alma (Freud: the secret passion) - parte 01

Salmo 91 - Por Cid Moreira

INSTANTES

Um dia desses, eu estava num restaurante e encontrei um casal e seus dois filhos. O homem , eu conheço há algum tempo, surdo e mudo desde que nasceu, seu olhar, irradia felicidade. A mulher, não a conheço. percebo que também é surda-muda. Os filhos são seus porta-vozes: fazem o pedido, dizem ao garçon qual a cerveja preferida do pai. Tudo era perfeitamente harmônico.
Naquele dia, eu estava particulamente deprimida com algumas bobagens familiares e de repente, veio-me lágrimas aos olhos !
Pus-me a refletir: Como nós perdemos tempo nos aborrecendo com bobagens! Ser feliz é viver cada momento, ser feliz é perceber o privilégio de ter todos os sentidos intactos e poder usá-los em prol do bem!
lembro de um poema lido há muito tempo do qual não guardei nenhuma cópia mas, com a maravihosa tecnologia da nossa atualidade , resgatei da net, e agora releio:

INSTANTES
Se eu pudesse viver novamente minha vida, Na próxima,trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais, Seria mais tolo ainda do que tenho sido, Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico, correria mais riscos, viajaria mais,contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas,nadaria mais rios. Iria a lugares onde nunca fui, tomariamais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais emenos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da vida: claro que tive momentosde alegria. Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de tersomente bons momentos. Porque, se não sabem, disso é feitaavida, só de momentos; não perca o agora. Eu era um dessesque nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa deágua quente, um guarda-chuva e um pára-quedas; se voltassea viver viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço nocomeço da primavera e continuaria assim até o fim dooutono. Daria mais voltas na minha rua, contemplaria maisamanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outravida pela frente. Mas, já viram, tenho 85 anos e sei queestou morrendo.
(Poema de Nadine Stair atribuído a Jorge Luís Borges)

publicado no yahoo notícias

Termos tecnológicos são incorporados e incrementam a língua portuguesa Qua, 28 Jul -
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Por Carla Peralva
São Paulo, 28 (AE) - Cada mudança tecnológica apresenta novas palavras, abreviaturas e siglas. Termos que são criados para produtos e ideias que não existiam são importados junto das novidades e entram no vocabulário de quem lida diretamente com a área. Aos poucos, essas novas palavras são incorporadas ao português e vão se popularizando até passarem a fazer parte dos diálogos de quem não tem vínculo direto com os assuntos da tecnologia.
O léxico, explica Maria Cristina Altman, coordenadora do Centro de Documentação em Historiografia Linguística da Universidade de São Paulo (USP), é a parte da língua que primeiro e mais visivelmente acompanha as mudanças do mundo.
Se, agora, é do inglês a origem da maior parte das novas palavras, esse privilégio já foi do italiano no século 15, do tupi no século 16 (graças aos nomes de muitas plantas e animais) e das línguas europeias no século 19 - principalmente do francês, responsável direto por aproximadamente 60% do nosso atual vocabulário, de acordo com Mario Eduardo Viaro, coordenador do grupo de pesquisa Morfologia Histórica do Português na USP.
Quem já frequentou um restaurante ou comprou um abajur há de concordar com isso.
O trânsito de palavras entre línguas é um processo constante, natural e inevitável. Na opinião de Viaro, esse fluxo não é uma ameaça ao português. "As palavras não têm dono. O acúmulo de estrangeirismos se deve ao maior contato que temos hoje entre os povos."
Mas o que determina a forma como uma palavra será incorporada ao vocabulário? Usaremos o termo tal como veio do inglês - como em cheddar e brownie? Vamos aportuguesá-lo - como caubói e bangue-bangue? Ou o substituiremos por um equivalente em português - chuveiro, tradução livre de shower? Não dá para saber, diz Maria Cristina. É o uso cotidiano da língua que vai determinar.
A linguista explica que a utilização de determinada palavra em propagandas, espetáculos de entretenimento ou por grandes personalidades da mídia e da academia podem contribuir e muito para o sucesso do termo, mas isso também não é uma garantia.
Como se diz?
A única regra obrigatória é a adaptação da pronúncia. A primeira coisa que fazemos com uma palavra recém chegada é colocá-la dentro do nosso sistema fonético. Ou você já ouviu alguém falar hambúrguer começando com som de r e torcendo a língua no final, como manda o inglês? Se ouviu, com certeza achou estranho.
Uma vez adaptada e integrada ao português, toda palavra estrangeira passa a funcionar como qualquer outra da nossa língua. "Aí a vida é livre", diz Maria Cristina. Podemos fazer com ela o que quisermos: colocar sufixos, criar um aumentativo, diminutivo, transformar em adjetivo. Surf chegou como "sârf" e hoje já é surfe mesmo. Daí, criamos o surfar, o surfista e a surfistinha. O delete já virou deletar e daí para o deletador aparecer é só alguém sair deletando por aí - fazendo a palavra se tornar necessária. Algumas palavras se cristalizam de tal forma que perdem totalmente o vínculo com sua motivação original. Disk-pizza é um ótimo exemplo: ninguém mais disca nada para acionar o delivery.
Os dois pesquisadores concordam que não é necessário temer o empobrecimento do português ou a perda de identidade nacional. A língua é um processo dinâmico e muda com o mundo. Precisa mudar. Adota-se uma palavra estrangeira toda vez que não existe uma em nosso idioma pátrio que expresse determinada ideia tão bem. Foi assim com football, que aportuguesado ficou futebol e não ludopédio, como linguistas defensores da pureza do português já propuseram em uma das várias tentativas frustradas de domar o que é naturalmente falado por nós.
E por que não existir mais de uma palavra para falar de uma única coisa? Se você baixa um arquivo, eu posso querer fazer um download. Ele me manda um e-mail e eu recebo um correio eletrônico. O governo tem um sítio, o jornal tem site. É um processo natural e imprevisível. Não importa que esteja escrito hot dog no cardápio (ou menu, vai do gosto do freguês). O que se pede é sempre um bom "róti dógui".
Como explica Viaro, "adotamos expressividade do estrangeirismo mais do que a palavra. Nem tudo é necessidade. É preciso também poesia".